Fico neste trabalho ou não?

Ola a todos! Preciso de desabafar e se possivel, de algumas opiniões. Trabalho em contabilidade ha alguns anos e aceitei um desafio profissional ha 1 ano e pouco. Para um cargo de direção onde comecaria a assinar a contabilidade da empresa. Assim que entrei reparei que o contabilista atual nao me iria facilitar a vida. A entidade patronal não abriu o jogo comigo e chegando dezembro 2023 questionei sobre quem iria assinar as contas. Deixaram essa decisão do meu lado e acabei por referir que, nao havendo passagem de trabalho, o melhor seria aguardarmos 1 ano e eles concordaram. (Mais tarde tudo isto pareceu-me planeado.. porque nao tinhamos um programa interno para avançar com a contabilidade). Ao longo deste ano fiz um trabalho util para a empresa e para o meu "futuro" trabalho, muito administrativo mas que em nada me enche as medidas! Tive 2 diretores de areas distintas mas muito próximas (a nivel de trabalho e a nivel de mesas) a serem intragáveis comigo. Por medo de perderem funções (um deles perdeu mesmo).. o outro nem entendo bem porquê. Talvez porque se dê muito bem com o atual contabilista. É uma pessoa mais velha, que está la ha muitos anos. Essa pessoa coloca-me totalmente de parte em assuntos que me dizem respeito. Ri-se quando outras pessoas erram, faz de tudo para implementar o medo aos outros. Sempre que algo nao lhe corre bem, vira o jogo de que forma for. Se o erro for dos outros é um exagero. Ninguém a suporta mas tambem ninguem tem de lidar tanto como eu. Toda a gente prioriza o que ela pede pq é mais facil lidar com ela. Colegas meus referem mesmo que a bajulam para que ela seja simpatica com eles. Eu nao consigo faze-lo! Entretanto iniciaram em setembro a aquisição de um novo programa de gestao e contabilidade, que estaria pronto para iniciar as minhas reais funções em janeiro 2025. Fui questionando o meu chefe sobre isso... ao qual foi-me garantindo que entraria a tempo. Em out/nov questionei sobre quem seria a minha equipa e ele disse nao estar preocupado e que teria de ser logo avaliado no inicio do ano (ainda que o tivesse alertado que nao se arranjam pessoas do dia para a noite). Na penultima semana do ano descubro pelo IT que o programa estava atrasado uns 3 meses e o meu chefe so falou disso comigo quando o questionei. Nem pôs em hipotese ser eu a assinar as contas com outro programa qualquer, ou, nem tentou com a empresa do novo programa que, pelo menos, a contabilidade avançasse (e a parte da gestao ficaria em stand by). Referiu apenas que entraria em Março/abril, dando a entender que iriamos manter o atual contabilista ate ao momento que o programa ficasse operacional. Insisti para avancar a contabilidade no novo programa mas ele nao se manifestou.. conversa terminou rapido e nao se resolveu nada. Em suma, tive 1 ano sem fazer aquilo que realmente gosto. Tive 1 ano a levar com pessoas que me querem fora dali com atitudes descaradas e colocando-me de lado, fazendo-me sentir uma inutil e totalmente à parte. Ha pessoas excecionais na empresa mas trabalham todas do outro lado do escritorio. Aguentei-me porque o programa estava ai à porta. Estas duas situações desmoralizaram-me, fiquei com baixa auto estima, com a ideia de nem saber fazer o meu trabalho e agarro-me muito ao que eu era nos anteriores trabalhos para me desligar dessa ideia. Ressalvando que fui falando com o meu chefe sobre as atitudes desses colegas mas ele é da opinião que devemos ignorar e ser resilientes. Fui ignorando.. e não o devia ter feito.. pq sinto que nao houve travão e dizem e fazem o que querem. Procurei trabalho e foi facil arranjar. Não com o mesmo cargo, a nivel momentario é menor mas nao muito longe do que aufiro atualmente e tambem é mais perto de casa. Acabei por dizer que aceitava esse novo desafio e despedi-me no inicio do ano. Senti que o meu chefe ficou surpreendido, triste e com receio. entendeu o que eu me queixei na parte de nao iniciar as funções, mas na parte do ambiente disse-me que é algo interior, isto é, devo ser eu a resolver isso comigo mesma de forma a não me afetar. Não me deu soluções para o que me queixei e sai de la triste por desistir, mas com a certeza da decisão que tinha tomado. Nos ultimos meses tenho estado psicologicamente afetada com isto.. por nao impor limites aos outros, pq sou muito empatica e focada em deixar os outros bem (demasiado). Tenho questionado muito o que sinto, se é valido, se é exagerado. Enfim.. tem sido complexo. No dia seguinte chamou-me e referiu que vou iniciar as minhas funções, seja em que programa for, em janeiro 25 e indica que posso sair para outra ilha, ficando longe desse departamento intragável. E que iria abrir vagas para construir a minha equipa. Deu soluções para os problemas que tinha colocado na véspera. Disse-lhe que tinha de pensar e que segunda feira responderia mas ele mostrou-se sempre certo que eu ficaria.

E agora tenho 2 empresas interessadas e.. Não sei o que fazer. Nova empresa seria voltar a um escritorio e ter uma carteira de clientes (tentei por muito tempo sair desse formato). Estaria mais perto de casa, poderia ir e voltar de metro, começar a ler livros de novo. Mas seria uma incerteza sobre o ambiente, tipo de trabalho em si (tipo de clientes, volume de trabalho exagerado). No lado onde estou seria uma experiencia brutal a nivel profissional mas fico receosa pela forma como as coisas foram sendo feitas, por nao se abrir o jogo, por nao se falar de algo importante com antecedência (equipa, programa) e por so se arranjarem soluções quando desisto. O que sugerem que deva ter mais peso nesta decisao? O que fariam?